Entre os nossos cinco sentidos de percepção do ambiente, a visão é a responsável por captar 85% das informações que o nosso cérebro processa. Por isso, a saúde dos nossos olhos também precisa de atenção. E é uma das mais esquecidas no nosso cotidiano.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 285 milhões de pessoas enfrentam problemas de visão no mundo. As causas podem ser genéticas, mas muitas se relacionam com maus hábitos e o estilo de vida. Inclusive, de 60% a 80% dos casos são evitáveis e tratáveis.

Algumas doenças oculares podem não parecer graves no primeiro momento, porém, a dificuldade de enxergar é progressiva. E, em casos mais graves, sem um tratamento adequado, podem provocar cegueira permanente. Conheça agora as mais frequentes e como identificar seus sintomas!


Veja mais: Como cuidar da saúde dos olhos e evitar a cegueira
 

Problemas de visão mais comuns
 

Miopia

É um erro de refração em que a luz entra no olho e não é focalizada de forma correta. Ou seja, a imagem focaliza antes de chegar na retina, o que deixa a visão borrada. Por isso, quem possui essa condição, enxerga bem os objetos de perto, mas não claramente quando estão longe.

A causa principal da miopia é a hereditariedade. É comum que ela já apareça na infância e o grau aumente durante o período de crescimento. Além da visão embaçada, os sintomas podem incluir dores de cabeça e cansaço dos olhos em atividades que forçam a vista para enxergar de longe, como dirigir.

Os óculos e lentes de contato são as formas mais comuns de corrigir a condição. Mas, em adultos que já estabilizaram a progressão da doença, existe a possibilidade da cirurgia de reversão. Ela depende também do grau apresentado e do quadro clínico geral.
 

Hipermetropia

Ao contrário da miopia, a hipermetropia é a condição em que o cristalino apresenta dificuldade em focalizar na retina os objetos que estão perto. Também se manifesta na infância, mas normalmente diminui com a idade.

Os sintomas principais são os mesmos da miopia, dores de cabeça, fadiga ocular e visão embaçada, porém em situações que exigem foco da visão de perto, como a leitura. O tratamento inclui uso de óculos, lentes de contato ou a cirurgia para adultos após avaliação médica.
 

Astigmatismo

Mais um dos chamados erros refrativos. No astigmatismo, existem diferentes curvaturas ou irregularidades na córnea e/ou cristalino. Como os raios de luz acabam se concentrando em vários pontos na frente e atrás da retina, afeta e distorce tanto a visão de perto quanto a de longe.

Frequentemente, essa condição está associada à miopia ou hipermetropia, mas pode também ocorrer de forma isolada. Como as demais, pode ser corrigida por óculos, lentes ou cirurgia, desde que o grau esteja estabilizado e quadro clínico do adulto permita.
 

Presbiopia

Comumente chamada de “vista cansada”, é o único erro refrativo que está diretamente associado à idade. Ou seja, é uma condição que acontece após os 40 anos por causa do envelhecimento natural dos nossos olhos, já que a elasticidade do cristalino passa por uma perda progressiva.

Com isso, há uma dificuldade em enxergar de perto e de longe, letras e imagens pequenas e quando há pouca luz. Ainda, pode causar visão embaçada, dores de cabeça e desconfortos. O tratamento também é por meio do uso de óculos ou lentes de contato e há a opção de cirurgia.
 

Degeneração macular relacionada à idade (DMRI)

Como o nome sugere, é uma doença relacionada ao processo natural de envelhecimento, que geralmente ocorre após os 60 anos. Ela causa uma lesão na área central da retina (mácula), responsável pela formação das imagens. Por isso, o principal sintoma é a diminuição da visão central.

O indivíduo enxerga uma mancha escura na área de foco que atrapalha a visão de perto e de longe. Também é comum que as imagens fiquem borradas e distorcidas. Em casos graves, pode levar à perda visual permanente em um ou ambos os olhos.

Não existe uma única causa estabelecida, mas alguns fatores podem influenciar em seu aparecimento. Entre eles, a cor dos olhos (claros), o histórico familiar, o tabagismo, a má alimentação e o excesso de exposição ao sol. Tomar os devidos cuidados pode ajudar na prevenção.

O diagnóstico precoce é essencial, pois essa é uma doença que pode causar danos irreversíveis. Os tratamentos visam impedir a sua progressão. Entre eles, podemos citar o uso de algumas vitaminas, fotocoagulação a laser, medicação aplicada nos olhos e cirurgia para casos específicos.
 

Glaucoma

Está relacionado a fatores hereditários, mas também ao envelhecimento natural dos olhos. Nessa condição, a pressão intraocular sobe progressivamente até causar uma lesão no nervo óptico. Com isso, a visão vai diminuindo e pode levar o paciente à cegueira.

O grande problema do glaucoma é que ele só dá sintomas numa fase mais avançada da doença. Muitas vezes as lesões já são graves e irreversíveis. Por isso, é importante o check-up oftalmológico e o diagnóstico precoce para introduzir o tratamento com colírios que diminuem a pressão intraocular.
 

Catarata

A catarata é uma doença que causa opacidade do cristalino. Sua principal causa também é o envelhecimento natural, mas pode ser congênita ou relacionada a fatores externos, como outras doenças e traumatismos. Há uma diminuição da visão, que geralmente fica embaçada e “nevoada”.

O diagnóstico precoce é importante para evitar a cegueira permanente. De acordo com o Ministério da Saúde, a condição é a responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo. O tratamento indicado é a cirurgia que remove a parte opaca do cristalino e a substitui por uma lente intraocular.
 

Cuidados com os olhos

A progressão dos problemas de visão e os casos de cegueira evitáveis muitas vezes acontecem porque as pessoas só procuram ajuda médica ao identificar sintomas. Porém, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia indica que, a partir dos 20 anos, os exames de check-up devem acontecer uma vez ao ano.

Além disso, cuidar dos olhos também deve ser parte do nosso dia a dia para prevenir doenças. O uso de óculos de sol ajuda com os efeitos da radiação ultravioleta e é recomendado também evitar a exposição excessiva às telas de computador e celular.

Escolha produtos adequados para a higiene da região e para retirar a maquiagem. Ainda, coçar os olhos demais pode causar danos e irritações. Em clima seco, os colírios lubrificantes podem ajudam. Mas a automedicação não é indicada, visto que pode ser um fator de risco para doenças oculares.

Não podemos esquecer de uma rotina alimentar balanceada e saudável. Os vegetais verdes escuros, os peixes e sementes são ricos em nutrientes benéficos, como Vitamina A e Ômega-3. Dormir bem, pelo menos 8 horas por noite, também ajuda com o cansaço visual.
 

Confira aqui mais artigos com dicas de saúde!