Ainda na década de 80, foi observado que doenças como hipertensão e alterações na glicose e no colesterol estavam, muitas vezes, associadas à obesidade. Com um pouquinho mais de estudo, notou-se que essas condições tinham algo mais em comum: a resistência à insulina. E é aí que tudo começou a se complicar.

Entenda a resistência à insulina

A insulina é o hormônio responsável por retirar a glicose do sangue e levá-la para dentro das células para que seja usada como fonte de energia. Na resistência a esse hormônio, o corpo não responde normalmente a essa ação: a glicose não consegue penetrar nas células com a mesma facilidade e, por isso, acaba se acumulando no sangue. Eventualmente, isso pode causar diabetes tipo 2.

A insulina também é responsável por inúmeras outras ações, participando, por exemplo, do metabolismo das gorduras. Quanto mais insulina disponível no corpo, mais fácil fica acumular gordura. Por isso, a resistência à insulina geralmente ocorre em associação à obesidade.

Existem dois sinais no corpo que podem ajudar a identificar a presença da resistência à insulina: os acrocórdons (crescimento da pele do pescoço que leva ao aparecimento de lesões que lembram pequenas verrugas escurecidas) e acantose nigricans (escurecimento e aspecto mais aveludado da pele em regiões de dobras como parte interna dos cotovelos, axilas e pescoço). Nem todas as pessoas com resistência insulínica tem estes sinais.

Mas o que tudo isso tem a ver com a Síndrome Metabólica? Vamos descobrir!

O que acontece na Síndrome Metabólica

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Síndrome Metabólica corresponde a um conjunto de doenças cuja base é a resistência à insulina. Isso significa que, pela dificuldade de ação da insulina, decorrem as manifestações que podem fazer parte da Síndrome Metabólica.

Os fatores de risco para se desenvolver o problema estão bem definidos pelos principais órgãos de saúde. São eles: resistência à insulina, intolerância à glicose, hipertensão arterial, desregulação de colesterol e triglicérides, obesidade (especialmente aquela que deixa o corpo com o formato de maçã), ácido úrico elevado e processos inflamatórios.

E por que a Síndrome Metabólica é tão perigosa? Quando presente, ela dobra a chance de mortalidade geral em comparação com a população saudável. Quando se fala em mortalidade decorrente de doenças cardiovasculares, o risco é três vezes maior, de acordo com a SBEM.

Como saber se você tem o problema

A Síndrome Metabólica não tem sintomas específicos, por isso, seu diagnóstico é feito levando-se em conta uma série de quesitos. Os especialistas da SBEM explicam que o problema está instalado quando estão presentes pelo menos três dos cinco critérios abaixo:

- Obesidade central - circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;

- Hipertensão Arterial - pressão arterial sistólica > 130 e/ou pressão arterial diastólica > 85 mmHg;

- Glicemia alterada (glicemia >110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;

- Triglicerídeos > 150 mg/dl;

- HDL colesterol < 40 mg/dl em homens e <50 mg/dl em mulheres

Em geral, quem faz o diagnóstico de Síndrome Metabólica é o endocrinologista, que também pode alertar sobre os principais riscos: mais chance de sofrer com problemas cardíacos e vasculares, como infarto, AVC e obstruções vasculares (entupimento de artérias).

Saiba mais sobre prevenção e tratamento

Os especialistas da SBEM explicam que, uma vez diagnosticada a Síndrome Metabólica, é fundamental que seja adotado um estilo de vida saudável. Esse aspecto também faz parte das medidas de prevenção do problema.

Evitar o tabagismo, fazer atividade física regularmente e alcançar um peso corporal adequado para a altura são medidas essenciais. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicações, especialmente se a pessoa apresentar outras condições que também aumentem o risco de doenças cardiovasculares.

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