O ano é 2018. O século é XXI. E a desigualdade de gênero ainda é um problema a ser vencido.

Desde o final do século XIX, mulheres em todo mundo lutam por melhores condições de trabalho e por acesso à vida pública. Lutam por direitos que lhe são garantidos pela maioria das leis do mundo livre. Lutam por justiça e igualdade. Lutam pelo seu espaço.

E o tempo chegou.

Nunca tivemos tanta oportunidade de conhecer e entender as diferenças que assolam nossa sociedade. Pesquisas e estudos comprovam que não há mais espaço para desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Que algo deve ser mudado. Que a mulher precisa ocupar seu espaço.

Seja por questões econômicas e seja por justiça, não é mais possível aceitar que a mulher desempenhando a mesma função do homem, e possuindo uma maior escolaridade, ganhe cerca de 25% a menos do que esse homem (Dados IBGE).

Devemos, enquanto sociedade, buscar que nossos ambientes de trabalhos sejam meritocráticos e não preconceituosos, que tratem as pessoas como indivíduos, respeitando suas diferenças e reconhecendo o sucesso de cada um. E isso só acontecerá se ocuparmos o nosso espaço.

As mulheres são maioria no Brasil, são maioria em diversas empresas, mas mesmo assim, em 2016, foi observado a redução do número de mulheres que ocupam cargos de gerência no país (Dados IBGE). Mulheres deixaram de ocupar seu espaço na liderança de nossas empresas. E isso significa perda de receita. E isso significa um erro de estratégia.

A equidade de gênero poderia adicionar, em 10 anos, 850 bilhões de dólares ao PIB brasileiro. Se falarmos globalmente, até 2025, a mesma equidade de gênero poderia elevar o PIB mundial em 28 trilhões dólares (Mckinsey Global Institute). Ou seja, ao garantirmos um espaço equilibrado entre homens e mulheres no mercado de trabalho, geramos riqueza, geramos produtividade, geramos receita em nossos negócios.

Entretanto, ocupar esse espaço não é fácil.

Ocupar seu espaço significa entender que o mundo corporativo ainda é predominantemente masculino. Ocupar seu espaço significa que ainda em muitas situações você será a única mulher de uma diretoria, de uma reunião, de uma mesa de negócios ou de um fórum de debates. Ocupar seu espaço significa não perder sua essência e se posicionar como mulher.

Para ocupar seu espaço, devemos reconhecer que os obstáculos existem e que precisaremos de estratégia e inteligência para lidarmos com tais obstáculos. E, principalmente, entendermos que não estamos sozinhas. Para ocuparmos nosso espaço precisamos de homens e mulheres trabalhando juntos, se apoiando mutuamente na busca de um ambiente de trabalho mais justo e igualitário.

O tempo é agora, ocupe seu espaço.

#TimeIsNow #OcupeSeuEspaço #SmashTheGlass #IWD2018

 

Ana Paula de Almeida Santos

Diretora Jurídica & Compliance –  Care Plus

Diretora Juridica & Compliance da  Care Plus, operadora de saúde suplementar, é formada em Ciências Jurídicas pela Universidade Mackenzie, com LLM - Masters in Law pelo Ibmec. Antes da Care Plus Ana Paula foi Diretora Jurídica da seguradora Assurant, e Legal & Compliance Manager de empresas como McDonald’s e AON. Atuando com destaque na esfera jurídica e no mercado de seguros recebeu os prêmios Women Worth Watching Award em 2016 pela Diversity Journal e Chambers Women in Law Award: Latin America 2016 por “Outstanding Contribution to Advancing Gender Diversity in the Legal Profession” pela Chamber and Partners, e foi nomeada para o Latin American Counsel Awards 2017 entre os 4 melhores advogados na área regulatória para serviços financeiros. Ana Paula é membro da Comissão de Assuntos Jurídicos da Federação Nacional de Saúde Suplementar – FenaSaude, membro da AIDA - Associação Internacional de Direito de Seguros, e líder do GT de Diversidade e Inclusão da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização – CNseg.