Seja presencial ou home office, o trabalho consome grande parte do nosso dia. De acordo com a função ou demanda a cumprir, são de 08 a 14 horas de labor por dia. A extensa carga horária somada ao esforço desprendido no posto ocupado unidos ao estilo de vida e ao estresse dos grandes centros urbanos podem levar ao surgimento de doenças relacionadas com o trabalho.

Estudos da Organização Mundial do Trabalho (OIT) em conjunto com a Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que em um período de 15 anos o percentual de mortes por doenças cardíacas devido a longas jornadas de trabalho aumentou 42% e, por acidente vascular cerebral, 19%.

A prevenção das doenças relacionadas ao trabalho precisa estar entre as prioridades dos gestores, do departamento de recursos humanos e dos próprios trabalhadores.

Para que você possa implementar as melhores estratégias de prevenção e combate, de acordo com as necessidades da sua empresa, separamos neste artigo as principais doenças relacionadas ao trabalho e dicas para preveni-las.
 

O que são doenças relacionadas com o trabalho?

As doenças relacionadas ao trabalho, chamadas também de doenças ocupacionais, podem se encaixar tanto nas categorias de doença profissional, como de doença do trabalho.

Os dois conceitos são facilmente confundidos, mas possuem aspectos diversos, tanto no modo como ocorrem, como nos aspectos legais.

A Lei n° 8.213/91 esclarece em seus incisos a diferença entre ambos os conceitos.

A doença profissional ocorre em consequência da contínua exposição do empregado aos chamados agentes de risco, podendo ser físicos, químicos, biológicos e radioativos.

Em geral, as doenças profissionais se não assistidas de forma correta, podem se tornar incuráveis e, por isso, garantem a aposentadoria por invalidez. 

Já a doença do trabalho resulta das condições do ambiente ocupacional, mas não está ligada a um local específico ou profissão.

Ainda que exijam um tempo de recuperação, a grande maioria das doenças do trabalho não incapacita o trabalhador. Assim, é concedido o afastamento temporário, com o trabalhador retornando à função após a liberação médica.
 

Custos para as empresas

Empresas de todos os portes estão sujeitas à ocorrência de doença do trabalho e de doença profissional. De acordo com dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, o Brasil registrou 4,5 milhões de ocorrências e 16,4 mil mortes de trabalhadores entre 2012 e 2018, incluindo acidentes e afastamentos causados por doenças.

Segundo a OIT, 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, o equivalente a US$2,8 trilhões, são perdidos por ano em custos diretos e indiretos devido a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

Ainda segundo a OIT, de 2012 a 2020, o gasto previdenciário com doenças e acidentes no trabalho ultrapassa os R$100 bilhões somente com despesas acidentárias.
 

Saiba mais em: Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho: Série SmartLab de Trabalho Decente: Gastos com doenças e acidentes do trabalho chegam a R$ 100 bi desde 2012

 

Conheça as 10 principais doenças relacionadas ao trabalho e saiba como evitá-las

Existe uma grande pluralidade de doenças que podem surgir no ambiente de trabalho. Confira as principais e as dicas para evitá-las:
 

1. DORTs

No Brasil, os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são as doenças que mais afetam os trabalhadores. As DORTs têm origem em posturas inadequadas, chamadas de posturas antiergonômicas. Caso não sejam tratadas a tempo, as DORTs podem se agravar causando até mesmo a invalidez do trabalhador.

Dica: A melhor maneira de evitar as DORTs é investindo em mobiliário ergonômico para a empresa e tendo sempre em dia os laudos de acordo com a NR17 para prevenção de possíveis doenças.

 

2. LER

A Lesão por Esforço Repetitivo (LER) não é uma doença específica. O termo envolve uma série de patologias ocasionadas por movimentos que tendem a desgastar, lesionar e causar danos ao sistema musculoesquelético. As doenças mais frequentes causadas por LER atingem os membros superiores e são a tendinite, sinovite e a tenossinovite.

Dica: Assim como no caso das DORTs, é importante garantir móveis ergonômicos para prevenir a LER, laudos em dia, além de incentivar as atividades físicas para assegurar mais força e resistência aos trabalhadores.

 

3. Síndrome de burnout

A síndrome de burnout é conhecida também como síndrome do esgotamento profissional, e é causada pelo excesso de trabalho, seja físico ou mental, e pode ocasionar ao trabalhador estresse, esgotamento físico e exaustão extrema.

Dica: A criação de um clima organizacional positivo, a valorização do trabalho profissional e a implantação de políticas de day off, happy hour, flexibilidade no horário de trabalho e home office auxiliam na prevenção do burnout.

 

4. Surdez definitiva ou temporária

Ocorre por conta da exposição do trabalhador a ruídos de forma constante. Requer grande atenção uma vez que a perda auditiva ocorre lentamente e pode começar de forma imperceptível.

Dica: Garanta que os trabalhadores usem EPIs (Equipamento de Proteção Individual) de isolamento de ruídos, a exemplo de protetores auriculares.

 

5. Dorsalgia

O levantamento e carregamento de peso, movimentos repetitivos e uso da força estão entre as principais causa das hérnias de disco e dos problemas de coluna em geral. Também estão no rol de doenças com maior incidência.

Dica: Mais uma vez, a ergonomia do mobiliário pode ajudar na prevenção. Incentivar as pausas no trabalho para alongar o corpo e descansar dos movimentos repetitivos também é importante para evitar a dorsalgia.

 

6. Varizes

Não são uma doença propriamente dita, mas uma manifestação clínica de um problema maior, chamado de doença venosa crônica. Ocorre quando as veias, especialmente dos membros inferiores, dilatam e o corpo não tem a pressão suficiente para bombear o sangue.

Dica: Voltamos para a ergonomia dos móveis como principal medida preventiva, uma vez que as varizes costumam acometer trabalhadores que passam longos períodos sentados ou de pé.

 

7. Transtornos mentais (depressão/ansiedade/estresse pós-traumático)

Cada vez mais presentes no mundo do trabalho, podem ser provocados pelo assédio moral e sexual, jornadas exaustivas, metas abusivas, eventos traumáticos, perseguição do chefe, isolamento, entre outros.

Dica: Proporcionar um clima organizacional saudável, com metas dentro da realidade, uma política clara contra assédios são as melhores maneiras de prevenir os transtornos mentais no ambiente de trabalho.

 

8. Transtornos das articulações

A partir de uma rotina com posturas inadequadas, movimentos repetitivos, obesidade e sedentarismo, muitos trabalhadores podem se lesionar no exercício da profissão, e a isso pode ser dado o nome de transtorno das articulações.

Dica: Mobiliário ergonômico aliado ao bom planejamento de pausas de descanso podem auxiliar na diminuição dos transtornos das articulações nos funcionários da sua empresa.

 

9. Dermatite alérgica de contato

Ulcerações, dermatite de contato, infecções e cânceres são alguns males que o termo “dermatite alérgica de contato” engloba. Normalmente são causadas pela exposição do trabalhador a agentes nocivos.

Dica: A utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPIs) colabora para evitar as reações alérgicas na pele dos trabalhadores.

 

10. Asma ocupacional

A inalação de partículas e poeiras no ambiente de trabalho capazes é capaz de provocar uma reação alérgica, com o estreitamento das vias respiratórias.

Dica: O Uso correto de EPI é fundamental para evitar a doença, os trabalhadores devem usar máscaras e outros equipamentos adequados para a atividade realizada.

 

Principais causas das doenças relacionadas ao trabalho

Assim como as atividades desenvolvidas em cada trabalho divergem, as causas das doenças relacionadas ao trabalho também. É preciso que as equipes de RH estejam atentas a fatores, tais como:

- Movimentos repetitivos;

- Postura inadequada;

- Pressão psicológica;

- Levantamento incorreto e excessivo de peso;

- Sedentarismo;

- Pressão por resultados inatingíveis;

- Assédios no ambiente de trabalho;

- Situações de alto nível de estresse;

- Exposição a ruídos e/ou agentes nocivos à saúde, como produtos químicos.

 

Importância do incentivo às boas práticas

A promoção de boas práticas por parte da gestão e da equipe de recursos humanos, incluindo uma cultura organizacional de prevenção de riscos e estímulo ao bem-estar no local de trabalho, pode contribuir significativamente para redução das doenças ocupacionais.

Outras vertentes eficazes para diminuir a ocorrência de doenças relacionadas com o trabalho consistem em ações proativas para evitar os problemas de saúde.

O incentivo a locais de trabalho mais saudáveis, por meio de atividades voltadas para saúde física e mental são importantes para assegurar a prevenção.

 

Dicas de prevenção nas empresas

Cada empresa deve buscar realizar ações preventivas condizentes com a realidade da sua atividade e do seu ambiente de trabalho. Confira alguns exemplos:

- Reforço da importância do uso de EPIs, por meio de palestras e outros informes;

- Ampla divulgação dos riscos ambientais (físicos, químicos, biológicos ou ergonômicos);

- Planejamento e padronização de fluxos e processos;

- Promoção de diálogo entre a empresa e os trabalhadores;

- Capacitação permanente dos colaboradores;

- Realização de exames periódicos;

- Promoção de hábitos saudáveis;

- Execução de estratégias benéficas para a equipe, como a ginástica laboral.
 

Ofertar um plano de saúde com ampla cobertura para os trabalhadores da sua empresa também é uma ação preventiva importante.

A Care Plus oferece uma rede com mais de 4 mil profissionais credenciados, além de planos com soluções personalizadas em medicina ocupacional para sua empresa.

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