O glúten faz mal à saúde? É um vilão ou um aliado na busca por mais qualidade de vida? Essas são apenas algumas das dúvidas da população quando o assunto é essa substância tão comum na mesa dos brasileiros. Para esclarecê-las, desenvolvemos este artigo com o máximo possível de informações a fim de lhe auxiliar.
 

O que é o glúten?

De acordo com a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), o glúten é a principal combinação de proteínas (gliadina e glutenina) e é encontrado na semente de diversos tipos de cereais, o que inclui trigo, aveia, centeio, cevada e malte (esse último um subproduto da cevada). Portanto, ele está presente na composição de alimentos, bebidas industrializadas e até mesmo em produtos não-ingeríveis, tais como medicamentos e cosméticos.
 

Principais alimentos e bebidas que contém glúten*:

- Aveia (farinha e flocos);

- Trigo (farinha, semolina, farelo e germe);

- Cevada (farinha);

- Centeio;

- Malte;

- Achocolatados com malte;

- Proteína vegetal hidrolisada.
 

*Lista da Associação Brasileira de Celíacos. Observação: condimentos, açúcares e doces também podem conter glúten.
 

O glúten faz mal?

Nos últimos anos, o aumento da procura da população brasileira por emagrecer e adotar hábitos mais saudáveis em seu dia a dia tem sido frequente. Pelo menos metade dos brasileiros está empenhada em perder peso e 76% recorrem a mudanças periódicas na dieta, revela um estudo da Nielsen Holding, consultoria especializada em comportamento do consumidor.

Nesse contexto, muito por conta da desinformação, convencionou-se a apontar – sem base científica - algumas substâncias presentes em alguns alimentos como “inimigos da saúde”, entre as quais, o glúten. Segundo a Asbran, no entanto, não faz sentido evitar o consumo dessa proteína, a menos que haja uma indicação específica feita por um profissional de saúde.

 

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Esse argumento compartilhado pelas sociedades de gastroenterologia, nutrição e alergologia tem como base o fato de que os alimentos que são fontes de glúten, como o trigo e a aveia, são importantes em uma dieta balanceada. O que se deve evitar, no caso, são as chamadas dietas desequilibradas (muito ricas em carboidratos, por exemplo), pois elas podem provocar algum distúrbio alimentar associado.
 

Confusão com o carboidrato

A Asbran reforça, ainda, que muitas pessoas que cultivam a ideia fixa de que o glúten faz mal à saúde acabam confundindo essa proteína com os carboidratos. E por que isso ocorre? É que o glúten está presente em muitos alimentos ricos em carboidratos.

Dessa forma, quando elas reduzem ou cortam o consumo do carboidrato  da dieta e acabam perdendo peso, atribuem essa diminuição, erroneamente, ao glúten. Assim, muitas consequências negativas atribuídas ao consumo dessa proteína são resultantes, na verdade, pelo excesso de carboidratos.

 

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Quem não deve consumir glúten

Por conta de a restrição ao consumo de glúten estar sendo adotada de forma indiscriminada por alguns profissionais da nutrição, o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (SP/MS) chegou a publicar um parecer, em 2012, estabelecendo limites bem específicos a respeito do tema.

A eliminação do glúten da dieta só deve acontecer mediante diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca, de dermatite herpetiforme, de alergia ao glúten, ou quando eliminada a hipótese de doença celíaca, haja diagnóstico clínico confirmado de sensibilidade ao glúten (também denominada como intolerância ao glúten–não celíaca)”, afirmava o documento, que teve o respaldo de estudos da American Dietetic Association (ADA), Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.
 

Doença celíaca e glúten: qual é a relação?

Você já ouviu falar na doença celíaca? Desprovida de cura e de medicamento que a controle, a doença celíaca é uma enteropatia inflamatória autoimune, ou seja, doença intestinal crônica, caracterizada pela intolerância permanente que cerca de 1% a 2% da população mundial tem ao glúten.

O seu tratamento é especificamente baseado em adoção de dieta, por isso, as pessoas que convivem com o problema precisam redobrar a atenção rumo a adoção de hábitos alimentares saudáveis.

Caso consumam glúten, as pessoas com doença celíaca se tornam suscetíveis a diversas complicações, que podem incluir:

- Diarreia crônica;

- Desnutrição com déficit de desenvolvimento;

- Anemia;

- Emagrecimento e inibição de apetite;

- Distensão abdominal (barriga inchada);

- Dores abdominais;

- Osteoporose;

- Esterilidade;

- Pernas e braços finos;

- Vômitos;

- Apatia.

 

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Todavia, como a forma de apresentação da doença celíaca pode ser bastante variável, também é possível que os pacientes sejam assintomáticos. Os especialistas advertem, contudo, que a doença celíaca não deve ser confundida com a sensibilidade ao glúten ou a alergia ao trigo, que são outras reações possíveis a essa combinação de proteínas.

Para os pacientes já diagnosticados com doença celíaca, a adesão a uma Dieta Sem Glúten (DSG) tem se mostrado eficaz, de acordo com a literatura produzida pela comunidade científica nas últimas seis décadas, embora outros tipos de abordagens terapêuticas tenham sido desenvolvidos.

Na maior parte dos casos, os pacientes que aderiram à DSG obtiveram melhorias acerca dos sintomas gastrointestinais e na resolução de deficiências nutricionais, além de prevenir doenças autoimunes como linfoma intestinal, osteoporose e infertilidade. Esses fatores só reforçam a necessidade de encaminhamento das pessoas diagnosticadas com doença celíaca a um(a) nutricionista.
 

Cuidados ao cortar o glúten

Quando o assunto é cortar qualquer tipo de alimento da dieta, os especialistas de áreas como gastroenterologia, nutrição e alergologia recomendam que as pessoas jamais o façam por conta própria, ou seja, sem as devidas orientações e prescrições médicas, sob pena de o organismo do paciente vir a sofrer severas consequências.

Inúmeras vezes, as pessoas promovem dietas de exclusão do glúten e passam a substituí-lo diariamente por outros tipos de alimentos – muitas vezes ricos em carboidratos – sendo que tamanha superexposição a uma nova substância pode fazer com que o indivíduo desenvolva, mais uma vez, uma hipersensibilidade em relação a outros produtos.
 

Perigos das dietas de exclusão

Os nutricionistas observam que qualquer dieta de exclusão deve ser temporária e com um objetivo bem definido, além, é claro, de ser prescrita, por um profissional. Uma pessoa que corta o glúten da sua dieta com o objetivo de emagrecer, por exemplo, pode vir a engordar por conta do índice glicêmico de outros alimentos, como mandioca e batata. Daí a importância de uma consulta com um(a) nutricionista.

Outra orientação importante diz respeito à alimentação das crianças. Sem o conhecimento necessário, algumas mães deixam de introduzir glúten na dieta dos filhos maiores de um ano de idade. Com isso, crescem as chances de a criança, futuramente, desenvolver hipersensibilidade a essa combinação de proteínas, uma vez que não teve contato quando o sistema imunológico estava se formando.
 

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A melhor forma de se manter saudável com a alimentação é buscar o auxílio de algum profissional, como um(a) nutricionista ou gastroenterologista.

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