Aqui, o termo “chip” não tem nada a ver com computadores e circuitos integrados. O chip da beleza é um bastonete de silicone que tem cerca de dois centímetros e é colocado embaixo da pele por meio de uma microincisão. Ali, faz a liberação de hormônios para necessidades que, a princípio, são voltadas para evitar a gravidez e/ou diminuir desconfortos do ciclo menstrual. Mas são os outros possíveis efeitos observados que fizeram o chip da beleza ser o queridinho da vez entre as mulheres.

Como funciona o chip da beleza

Depois de avaliar os níveis hormonais da mulher, o médico prescreve uma combinação de hormônios que vai deixá-la sem menstruar. Afinal, originalmente, foi para isso que o chip da beleza foi desenvolvido. Dependendo das necessidades apontadas nos exames, pode-se obter outros efeitos com essa combinação. As substâncias indicadas são inseridas no bastonete por uma farmácia de manipulação e, então, ele é inserido no corpo pelo próprio médico.

Como o chip da beleza só precisa ser trocado depois de seis meses a três anos, pode ser uma mão na roda na vida de quem vive se esquecendo de tomar o anticoncepcional via oral ou quer mais praticidade na rotina de cuidados pessoais. Ainda tem o fato de que a dosagem hormonal é liberada de forma gradual, constante e diretamente na corrente sanguínea – o que permite que uma dosagem mais baixa e controlada de hormônios seja utilizada.

O canto da sereia vem dos demais efeitos que essa combinação de hormônios é capaz de gerar. Maior disposição e fim da TPM já são esperados por conta do fim da menstruação. Então, nenhuma novidade vem daí. Mas quando o médico coloca uma pitadinha dos chamados hormônios andrógenos na formulação, facilidade para emagrecer, ganho de massa muscular e desejo sexual mais latente também podem ser obtidos por meio do implante. De acordo com os especialistas, onde começa a brilhar os olhos das mulheres é também onde começam os problemas do chip da beleza.

Com hormônio, não se brinca!

O posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia é que hormônios não devem ser prescritos para fins estéticos. E isso vale para qualquer forma de administração. Falando especificamente sobre o chip da beleza, os profissionais comentam que não existe uma publicação científica que traga pesquisas sobre sua ação e que, portanto, não há como assegurar que é algo efetivo e seguro.

O recurso também não é liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão regulador alega que nenhum fabricante comprovou a segurança e a eficácia da substância. E o fato de o dispositivo ser customizado também não ajuda muito nessa questão. Sem um padrão, fica mais difícil investigar cientificamente a ação do chip de beleza e, assim, comprovar ou não a sua segurança para a saúde.

Mas os efeitos adversos dos hormônios que geralmente são usados no “mix” do chip já são bastante conhecidos: aumento da oleosidade da pele, maior predisposição para acne, queda de cabelo, aparecimento de pelos em locais indesejáveis, engrossamento da voz, crescimento do clitóris, irritabilidade e até infertilidade.

E os especialistas ainda alertam para o fato de esses hormônios trazerem maior risco de câncer de mama e endométrio para pessoas com histórico familiar das doenças. Problemas no fígado, nos rins ou no coração, diabetes ou trombose também podem se complicar com o uso de hormônios para fins estéticos.

Tudo isso depende do tipo de hormônio, da dosagem indicada e do funcionamento do organismo em particular? Sim, depende. Mas são pontos a se considerar quando se trata de implantar ou não o chip da beleza. Afinal, se o seu objetivo é emagrecer, fazer uma dieta pode ser mais seguro e igualmente eficiente. Quer ganhar massa muscular? Aposte no treino regular e consistente. Até os efeitos desagradáveis do ciclo menstrual podem ser amenizados de outras formas. Vale conversar bastante com especialistas e, claro, pensar bem!

Quer dicas de saúde? Veja mais no blog da Care Plus e assine o canal da Care Plus no Youtube.